03 jan 2013 ÍNDIA
O ano de
2008 foi muito triste para os cristãos de Kandhamal, no Estado de Orissa, leste
da Índia, quando dezenas de ataques foram organizados contra a comunidade
cristã local. A região de Orissa é considerada uma das mais intolerantes ao
cristianismo em toda a Índia, onde grupos hindus e maoístas (Naxalitas) agem
por razões muito específicas.
A casta não tribal dos Pana
(intocáveis) é a segunda maior comunidade de Kandhamal, composta em sua maioria
de convertidos ao cristianismo. Os hindus procuram impedir o crescimento do
cristianismo e o segundo grupo age sob pretextos políticos recrutando cristãos
Pana para suas fileiras revolucionárias.
Orissa é um dos Estados indianos
que têm autonomia para promulgar legislação religiosa. Essa legislação diz que
nenhuma pessoa deve converter outra, direta ou indiretamente, por força ou
indução.
Os ataques de agosto de 2008
foram motivados sob a alegação de que os missionários cristãos da região
estavam convertendo à força as tribos locais, fornecendo-lhes carne de vaca, o
que para o hinduísmo é um sacrilégio. Além disso, os cristãos foram acusados de
serem treinados e agirem em favor de grupos maoístas que planejaram e
executaram o influente líder hindu, Swami Laxmanananda.
Nos ataques de Orissa em 2008,
milhares de cristãos tiveram que fugir de suas casas, outros foram mortos e
suas igrejas e casas incendiadas.
"Cerca de 20 pessoas vieram
à minha casa com paus e varas em suas mãos e ameaçaram obrigar a me converter ao
hinduísmo, então eles rasparam minha cabeça. Eu lhes disse: ‘Eu conheço meu
Senhor, Ele me salvou e eu não vou mudar minha fé’. Quando eles me pediram para
beber a urina de uma vaca e comer seu esterco, todo mundo saiu correndo –
ninguém ficou para ajudar. Os extremistas, então começaram a me agredir
brutalmente e me disseram para deixar a aldeia", disse um cristão indiano.
Portas Abertas socorre cristãos indianos
A Portas Abertas Internacional socorreu os cristãos de Orissa, prejudicados pelos ataques. Nas semanas seguintes aos motins, a equipe da Portas Abertas organizou a distribuição de mais de 6 mil kits de primeiros-socorros, contendo itens de necessidades básicas para as famílias que perderam tudo. Cada pacote continha utensílios de cozinha, pratos e xícaras, arroz e outros alimentos, roupas para uma família, medicamentos, repelentes, produtos de higiene pessoal e uma Bíblia.
As primeiras fases dessa
força-tarefa foram realizadas em sigilo. Embora muitas organizações, por
questões de segurança, se retiraram da região, a Portas Abertas prosseguiu
socorrendo os cristãos.
Nos campos de refugiados, as
pessoas foram servidas com arroz e dal (sopa de lentilhas) duas vezes por dia.
A Portas Abertas teve também o privilégio de poder patrocinar uma ceia de Natal
para cerca de 3 mil cristãos no campo G-Udaigiri.
"No mês de agosto de 2008,
os líderes do RSS (partido político hindu) entraram em nossa aldeia com um
grande grupo de pessoas e queimaram todas as casas dos cristãos, incluindo a
nossa. Naqueles dias difíceis a Portas Abertas desenvolveu um programa de
ajuda. Sou grato a Deus e grato à Portas Abertas por nos fornecer ajuda. O que
vocês fizeram era o que ansiávamos e Deus tornou isso possível", disse
Hosea Mohanandia, cristã de Orissa.
Orissa hoje
Embora ainda vivam sob constante pressão, a atual situação dos cristãos de Orissa é estável. Muitos conseguiram voltar para suas casas e reconstruir suas vidas após os ataques de 2008; outros não quiseram ou foram impedidos de fazê-lo. Você, parceiro da Portas Abertas, foi parte da ajuda entregue para esses cristãos. Que Deus seja louvado através de sua vida!
Fonte: Portas Abertas
Por Mayelli Ferreira.
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