[Jesus disse:] Amem os seus
inimigos e orem por aqueles que os perseguem.
Mt 5:44
Dizem por aí que se você não puder vencer seu inimigo, deveria
juntar-se a ele! É difícil julgar se essa recomendação é cínica, tola, louca ou
talvez até sábia. Uma posição simples e taxativa quanto a ela provavelmente
estará errada_inimizade é complicada demais para permitir respostas simples.
Por que alguém seria meu inimigo? Por que eu tenho algo contra ele ou por que
ele tem algo contra mim? E por que isto ou aquilo? Tudo dependerá da intenções
e circunstâncias. Note bem: estou falando de gente, não do diabo, com o qual
qualquer aliança evidentemente está fora de cogitação.
Ao observar os israelitas, o rei egípcio pressupôs que estes seriam uma
ameaça e passou a agredi-los antes que eles o fizessem (Ex. 1:1-10),
segundo a máxima de que a melhor defesa
é o ataque. Mas...e se ele os tivesse tratado bem, buscando de antemão uma
aliança com eles? Será que não sairia daquilo uma situação “ganha-ganha”, em
que ambos os lados lucram? Bem, supor isso é mero palpite, e o caso está longe
demais de nós para podermos querer ensinar ao rei do Egito como proceder. Mesmo
assim, a ideia faz sentido: no fundo, muitas das nossas inimizades são mais
imaginárias do que reais, e além disso tantas vezes suas causas não passam de
mal-entendidos. Por isso a proposta de Jesus no versículo em destaque é tão
interessante_ela nos desafia a encarar o inimigo de uma forma completamente
diferente e positiva, ainda mais se, para amar como Jesus propõe, nos deixarmos
mover pelo amor de Deus e não apenas por alguma nobre intenção. O rei do Egito
não sabia nada disso e talvez não pudesse mesmo enxergar outra possibilidade,
mas a nós Deus oferece o seu amor se lhe entregarmos o comando da nossa vida.
Afinal, foi desta forma que Jesus superou nossa inimizade (real!) com Deus! Que
tal ir adiante nesta direção?
Roland Körber
Pão Diário
Por Lívia Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário