Alguns fatos nos chamam a atenção neste texto: um filho que dá as costas ao lar paterno e desperdiça sua herança longe, as conseqüências da atitude desse filho e o inútil esforço de restabelecer as conseqüências, a recepção do pai ao filho e a amargura do filho mais velho.
Nas duas parábolas que Jesus contou antes disso, vemos Seu empenho ao ser retratado como Bom Pastor e a busca do Espírito Santo pelo perdido. Nesta terceira parábola vemos o infinito amor de Deus na busca daquele que se perdeu, do pecador que cai em si e o Pai o recebe. O nosso Deus trino (Pai, Filho e Espírito Santo) em Sua graça busca o pecador. Talvez, quando alguém ver este texto pode pensar: só a graça de Deus tem que fazer tudo? O pecador não tem que fazer nada?
O jovem filho tinha uma vida confortável em seu lar, sempre a teria se não tivesse dado as costas ao que tinha. Um dia o inimigo das nossas almas colocou dúvidas no coração daquele filho, no aspecto de que se seria aquilo, realmente, um amor que o pai tinha para com ele. Foi colocada em dúvida toda a felicidade que ele desfrutava, ao mesmo tempo, o desejo de estar independente do pai, talvez lá fora fosse melhor que na casa do pai, as vezes o mundo seria melhor do que o lugar onde ele estava. Ele queria ver o outro lado da moeda, é como a história de Adão, ele estava feliz, estava em comunhão com Deus que o visitava todos os dias, no entanto um dia, satanás suscitou a dúvida no coração deles. Eles também queriam ver o outro lado da moeda! Vemos na palavra de Deus que eles que eles pecaram.
Aquele jovem longe da casa paterna foi ver o que havia no outro lado e passou a viver segundo a concupiscência de seus olhos, satisfazendo os desejos de sua carne e a soberba de sua vida.
Passos que o levaram a errar:
_Sensualidade, prazeres carnais e separação de Deus: procurou a felicidade em coisas que satanás tinha a oferecer para ele.
_Obstinação: Deus não está em primeiro plano na vida de uma pessoa obstinada a pecar, que tem prazer no mundo. Assim como o filho que padeceu necessidade, aquele que gasta o seu tempo nas coisas que agradam seus próprios olhos e seu coração começa a padecer necessidade, todo tipo de miséria espiritual pois não enxerga o que Deus tem a lhe oferecer. Embora a miséria comece aqui na terra, será extrema na eternidade.
_Egoísmo: Mesmo na situação de pecado e longe de Deus, padecendo necessidade, aquele moço não decidiu voltar ao lar paterno porque vivia para si próprio. Quantas pessoas fazem o mesmo hoje? Querem fazer o que agrada os olhos e o coração, querem se "divertir" impedindo de chegar a Deus, são auto-suficientes achando que não precisam de Deus para viver. Quando o pecador se dá conta da sua culpa mas não se arrepende, ele vive tentando pagar a culpa sozinho, resolvendo as coisas à sua maneira, procurando melhorar a si próprio, mas ele não consegue. Pedro reconheceu "Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna" mas, muitas vezes, faltam forças a algumas pessoas porque a situação está corrompida pelo pecado. Aquele jovem estava tão sem esperança que foi parar com os porcos. Um filho que desfrutava do amor do pai! Quem teria reconhecido na vida daquele moço um filho de homem rico? Agora ele padecia de fome e não lhe davam nem sequer comida de porcos.
_Separação da comunhão de seu pai: O homem tem se separado de Deus, rumo a uma perdição eterna. Os passos daquele moço foram decisivos para sua queda.
Os passos de restauração:
_Despertar da consciência: O homem precisa reconhecer que está perdido para que possa ser salvo, precisa arrepender-se de seus pecados. Será que só a graça de Deus que faz tudo? O pecador não tem que fazer nada? É preciso despertar e ouvir a voz do Espírito Santo, transmitida ao homem em sua razão, da situação em que estava, foi quando o jovem começou a meditar na felicidade que tinha, aquela que tinha menosprezado. Ninguém consegue viver uma vida plena longe da comunhão com Deus.
_Ter atitude: "Levantar-me-ei". Levantou-se e foi para seu pai. Não foi um mero propósito, sem cumprimento, que tomou mas foi uma angústia de alma e uma conversão verdadeira. Tem pessoas que dizem quando eu sarar, quando eu me formar...eu volto para Deus, o filho pródigo regressou logo depois de sua resolução. Talvez nem força tivesse para voltar, foi hesitante com passos lentos, voltou trazendo as mazelas que foi verificar, ou seja, as conseqüências de sua aventura. Talvez pensando: Será que meu pai vai me receber? Será que meu pai vai gostar de mim da mesma forma? Contudo, ele continuou seu caminho, resoluto. Por outro lado, o pai, quando viu o filho indo embora, talvez todos os dias olhasse o horizonte, o caminho por onde o filho foi, na espera de vê-lo voltando. Um dia, aquele pai descobriu naquele caminho um ser humano, descobriu seu filho retornando ao longe. Aquele pai sai ao encontro daquele filho que estava voltando lentamente, talvez doente mas o pai, mesmo assim, sai em busca dele. O filho vem lentamente, em contrapartida, o pai se apressa e se lança ao pescoço e beija aquele filho, do jeito que ele estava, talvez em farrapos ou doente porém quebrantado. O filho agora tinha proposto em seu coração dizer ao seu: Pai pequei contra o Céu e contra ti faze-me como um jornaleiro.
_Arrependimento: “Não sou digno”. Como as religiões erram! Se as pessoas seguirem determinado caminho alcançarão Deus em algum estado mas não é assim, é preciso arrependimento. Quando o filho pródigo viu seu pai, ele não chegou a dizer a última parte que se propôs a dizer porque sentiu que seu pai jamais permitiria que ele se tornasse um empregado, ou seria acolhido como filho ou não seria acolhido. Da mesma forma Deus também acolhe o pecador, manifestando seu amor em graça. Se Deus só tivesse amado não teria resolvido o problema da humanidade mas ele amou e demonstrou esse amor dando Seu filho em graça. Não vemos nenhuma palavra de censura do pai para com o filho, recebeu-o a sua comunhão. Contudo, mesmo recebendo e abraçando o filho, o pai não podia colocá-lo dentro de casa da forma que o filho estava, era preciso passar por uma transformação para que pudesse entrar na casa do pai. Os farrapos que vestem um escravo do pecado não podem continuar a cobrir um pecador que vem para a presença de Deus.
_Justiça de Deus: o pai mandou que os empregados pegassem a melhor roupa para cobrir o filho, essa roupa simboliza a justiça de Deus ."Aquele que não conheceu o pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus!"(II Co 5:21). Também foi lhe dado um anel de ouro, isto é uma figura de ligação, unidade, comunhão, agora aquele filho estava em comunhão com seu pai e poderia usar aquele anel. Em João 1:3 lemos: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo”. É colocado também sandálias em seus pés, são figuras da força e firmeza para poder caminhar e testemunhar de Deus. Vemos em Ef 6:15 "calçar os pés com evangelho da paz", ou seja, onde você pisar deve transmitir paz ao coração sedento. Somente depois de uma roupa nova, anel no dedo e sandália nos pés o filho estava apto a entrar na casa do pai. Da mesma forma Deus por meio de Cristo torna um pecador arrependido e convertido apto para entrar na casa celestial. Matar o bezerro cevado nos remete as bênçãos de deus reservadas ao todos que foram remidos pelo sangue de Cristo. Começou uma festa naquela casa.
_Resultado de restauração: Regozijo. A felicidade do crente se inicia aqui na terra mas felicidade plena só teremos no céu. Deus promete andar conosco em todos os momentos de nossa vida. Para que mundo as pessoas estão vivendo? Se temos nosso futuro assegurado na eternidade, podemos dizer como Paulo o viver é lucro e o morrer é ganho.
Que Deus te abençoe e te faça reconhecer isso!
Por Lívia Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário