E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo:
Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Mateus
27:46
O
sentimento mais comum dos filhos de Deus no momento da aflição é este: “ Deus
me abandonou”, “Ele se esqueceu de mim”, “Não sabe mais onde eu moro”.
“Nenhum
abandono pode ser pior do que o ser abandonado por Deus. É o abandono final.”
(John White, Ousadia na Oração, p.193). O verbo desamparar quer dizer “deixar
em grandes dificuldades, deixar abandonado, totalmente abandonado”. Certamente
foi tudo isso que Jesus sentiu naquele momento.
Ao
perguntar “por que me abandonaste?”, o Filho do homem não estava pedindo um
esclarecimento da parte de Deus, mas simplesmente expressando a dor da solidão,
que ultrapassa o entendimento. Na verdade, Ele sabia o porquê e para que estava
sofrendo. Afinal, levar sobre Si os pecados do mundo inteiro era um peso que
somente Jesus podia suportar (Is 53:5-6, 11-12; 1 Jo 2:2).
Entretanto,
há um fato interessante: mesmo se sentindo abandonado, o Messias ainda disse
“Deus meu, Deus meu”, ou seja, não sentia a presença do Pai consigo, mas
reconhecia que Ele continuava sendo Deus.
Meus
irmãos, a despeito de tudo quanto possamos sentir nos piores momentos de nossa
vida, de uma coisa jamais poderemos abrir mão: Ele declarou “De maneira alguma
te deixarei, nunca jamais te abandonarei”(Hb 13:5). Somos obrigados a acreditar
nessa promessa até o fim da vida. Falemos como o salmista: “Eu cria, ainda que
disse: estive sobremodo aflito” ( 116:10). Em qualquer circunstância, jamais
duvide da bondade de Deus nem da Sua soberania. Deus nunca perde o controle de nada.
O Pai não desamparou Jesus, Ele simplesmente estava deixando o Filho cumprir
Sua missão, e esta envolvia muita dor, angústia e solidão.
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